26.10.10

11ª FESTA DO CINEMA FRANCÊS

Le Concert (O Concerto) – 2009
de Radu Mihaileanu

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Retrata, em tom de comédia, a história de um grande maestro da ex-União Soviética do período de Brejnev, obrigado a abdicar da sua carreira por ir contra as políticas de exclusão de todos os músicos de origem judaica da sua orquestra de Bolshoi.
Trinta anos depois permanece no teatro Bolshoi como mero empregado de limpeza e eis que chega, equivocadamente, às suas mãos um convite por parte do Thèâtre du Chatelete para que a orquestra toque em Paris. Assim, decide reunir os antigos companheiros e músicos de há trinta anos e formar uma Orquestra de Bolshoi fictícia.
O momento final, com o Concerto para Violino em Ré Maior op. 35 de Tchaikovsky, é de tal forma apoteótico e de uma candura subliminar que arrepia até às lágrimas.
Curiosamente, a orquestra é maioritariamente formada por músicos profissionais.
Este filme foi o grande vencedor da Festa do Cinema Francês, com a atribuição do Prémio do Público no valor de 2500 euros, revertendo a favor da divulgação e distribuição do filme junto das salas portuguesas.


L’Arnacoeur
– 2010
de Pascal Chaumeil

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Comédia muito divertida em que Roman Duris, o célebre actor da “Residência Espanhola”, assume o papel de Don Juan profissional, destruindo unicamente relações sem futuro. A fasquia sobe, tendo como última tarefa conquistar, em pleno Mónaco, Vanessa Paradis ou não fosse ela a companheira de longa data de Johnny Depp na vida real.
No início do filme, o poema proferido por Roman Duris em português do Brasil foi escolhido pelo próprio após declinar todas as sugestões recolhidas por técnicos.
O argumentista Laurent Zeitoun tirou a ideia deste filme de algo que lhe aconteceu no seio familiar quando se apercebeu que a  prima estava apaixonada por uma pessoa que a fazia infeliz e a maltratava, sugerindo ao tio contratarem um actor dotado de artimanhas para os separar. A relação não foi por diante, não chegando a ser necessário contratar o dito actor mas este argumentista ficou com a ideia em mente.
Um título plausível para este filme seria “L’Arrache Couer” (Arranca Corações), tal como o livro de Boris Vian, embora o realizador tenha optado por L’Arnacoeur por implicar um jogo de palavras igualmente válido.
(continuação amanhã)

Pedro Mendes Madeira

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